quarta-feira, 13 de abril de 2011

Alguns subsídios para as encenações vicentinas


Caríssimos(as):

Apresento-lhes inicialmente uma referência preciosa. No link imediatamente abaixo, vocês podem assistir a algumas encenações vicentinas, em bom português de Portugal: muito boas montagens e atuações. Vale então a pena conferir

http://www.citi.pt/gilvicenteonline/html/india/frameset_india.html

Seguem alguns outros links:

Sobre Teatro Medieval: http://profbetocosta.blogspot.com/2010/04/teatro-medieval.html (Teatro Medieval)

Confiram também esta fala de Luciano Luppi: http://www.youtube.com/watch?v=Gy_hQXxXHiM 

Por fim, segue abaixo um texto sobre encenação.


De um ponto de vista mais técnico, a encenação conta com determinados elementos que têm  o objectivo de dar forma  no espaço e em movimento e tempos reais à fábula - a composição da acção, parte do drama considerada mais importante por Aristóteles. Um desses elementos é a determinação concreta do lugar dramático, papel este destinado ao cenário (adereços, mobiliário e os próprios actores, segundo alguns teóricos, pelo espaço que ocupam em cena) que será montado num palco do qual dependerá, pela sua forma, medida e maquinaria, toda a concepção e execução do jogo cénico: o estilo possível de representação, o processo de implantação do cenário e utilização de planos praticáveis, movimentação em cena e seu aproveitamento estético e psicológico, a valorização e desvalorização das cenas, o tempo dos movimentos, as marcações, etc.
            Actualmente, os principais tipos de palco existentes nos nossos teatros são o palco à «italiana», de proscénio prolongado (ou à «inglesa»), de anfiteatro, de teatro de arena e ainda , o simples tablado descoberto (do francês «tréteaux»), destinado, sobretudo, a espectáculos ao ar livre.
            A figuração e a representação das personagens são outro elemento que contribuirão para a concretização de uma ilusão perfeita. Esta é a actividade primordial dos actores que contam com o cenário, a luz, o movimento, a ambientação sonora e todo o complicado aparato de cena para a sua valorização e da sua interpretação. Por outro lado, o tipo de actor e o seu tipo de criação habitual conciliado com o papel que lhe é destinado, fornecerá ao encenador as directrizes para o mover em cena e explorar as suas possibilidades. A partir do momento em que se determina a figuração e a representação das personagens, dependerá a escolha de uma táctica e de um critério de orientação que possibilitem um sentido geral necessário para se conceber uma encenação, e também os mecanismos a estabelecer para dar conta dos pormenores. É através da figuração e representação das personagens que a encenação concretiza o seu principal objectivo artístico: representar em forma, movimento e tempos reais o drama. O actor faz parte da encenação tanto como elemento do próprio cenário como intérprete, por outras palavras, é através dele «que a palavra do poeta se encarna e é pelo seu agir que se vivifica e transforma a potência em acto, de virtualidade em ser» (António Pedro, Pequeno Tratado De Encenação, Confluência, Porto, 1962, p. 54).
            A  declamação das palavras do poema vai completar a interpretação das personagens e da própria peça, para além de ser um elemento que conflui para a composição da acção.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tristão e Isolda


Tristão e Isolda - Salvador Dalí
O mito de Tristão e Isolda foi retratado de diversas maneiras por diversos autores ao longo da história, com seus antecedentes celtas, essa história de amor trágico tão forte que resistiu ao tempo assumindo forma de opera em 1857 pela música do alemão Wagner, e em 2006 estreou nas telas de cinema. 
Entre as várias hipóteses de sua origem, o mito de Tristão e Isolda traz vestígios que podem remontar várias épocas e culturas, passando pela literatura oral céltica do século VI, e pode ter ligação também com uma tradição viking do século X. Ainda há estudiosos que vinculam o mito a uma antiga lenda persa.
Independente de sua origem, o primeiro que se tem registro a cantar o mito em seus versos foi o francês Beroul, na metade do século XII que os escreveu em francês antigo, além dele também o inglês Thomas, que escreveu o mito com o nome de Tristan por volta de 1170, a poetisa Maria de França escreveu a história em um pequeno Lai  (curtos romances escritos em inglês e francês medieval, dos quais a poetisa foi uma grande representante), também os alemães Eilhart von Oberg e Gottfried von Straßburg o escreveram provavelmente por volta de 1220.
A história foi prosificada em 1230 escrito por um anônimo em francês antigo, nesta prosa o mito se mistura com o Ciclo Arturiano e transforma Tristão em um dos cavaleiros da Távola Redonda.
Breve Resumo

Tristão de Leão foi criado pelo tio Marcos, rei da Cornualha, que o enviou a Irlanda, a fim de pedir em seu nome a mão de Isolda, a Loura. Por engano, Tristão bebeu com ela um filtro mágico que tinha a propriedade de acender um amor irresistível e eterno. Desesperados por enganar o rei Marcos, que veneram. Isolda e Tristão separam-se. Ele foge para Bretanha onde se casa com Isolda das Mãos Brancas. Quando, porém, um ferimento grave põe sua vida em perigo, manda seu fiel Keherdin em busca de Isolda, a Loura. O mensageiro a traz em uma nave de vala branca. A mulher de Tristão, porém, informa-lhe que a vela é negra, sinal convencionado em caso de insucesso na missão. Tristão morre e Isolda que chegou muito tarde morre de dor, ao lado do amante. 



Releituras



Filme - Tristão e Isolda (2005)









Ópera de Richard Wagner


Bibliografia





ROSSI, Luciano. A literatura novelística na Idade Média portuguesa. ICALP - Colecção Biblioteca Breve - Volume 38, 1979